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Fontes ligadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) indicaram à Sputnik Brasil que, ao chegar à Corte, o processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve resultar em uma condenação severa. Segundo as informações, a decisão terá o objetivo de “servir de lição para os que tentam fazer algo contra os Três Poderes e contra a Constituição”.
A afirmação surge em meio ao avanço das investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado, que envolvem Bolsonaro e outros 36 indiciados. Neste momento, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, presta contas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, apresentando provas que, segundo fontes, apontam para a participação ativa de Bolsonaro no esquema.
Auxiliares do procurador-geral da República, Paulo Gonet, também sinalizaram que a Procuradoria Geral da República (PGR) tem interesse em denunciar os indiciados. No entanto, destacaram que o processo ainda está em fase de apuração e que novas diligências podem ser solicitadas antes de avançar.
Operação Contragolpe prende envolvidosNa última terça-feira (19), a Polícia Federal realizou a operação Contragolpe, que prendeu cinco acusados de planejarem a tentativa de golpe. Entre os detidos estão o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, além dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, e o policial federal Wladimir Matos Soares.
De acordo com as investigações, o plano foi idealizado por Fernandes e discutido na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
Provas apresentadas por Mauro Cid, que detalham a participação de Bolsonaro, incluem materiais eletrônicos que contêm informações sensíveis sobre planos de execução de autoridades federais. Esse novo elemento também levanta dúvidas sobre a integridade de seu acordo de delação premiada, uma vez que delatores não podem omitir fatos relevantes durante o processo.
Enquanto os ministros aguardam a chegada dos documentos com provas substanciais, fontes próximas ao STF destacaram que “não há como definir nada agora”, mas indicaram que a reação da Corte ao material deve ser contundente.
A expectativa é de que o julgamento no STF represente um marco, reafirmando a defesa da democracia e das instituições brasileiras, ao mesmo tempo em que envia um recado claro contra ataques aos Três Poderes.