Procurador-geral adia denúncia contra Bolsonaro para 2025

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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu que apresentará apenas em 2025 a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 indiciados pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão foi tomada para assegurar uma análise detalhada do relatório da Polícia Federal (PF), que contém mais de 800 páginas, segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

De acordo com Gonet, a robustez da denúncia é fundamental para evitar falhas processuais em um caso com grande repercussão nacional e internacional. No entanto, a demora pode ser vista como um alívio estratégico para os setores da direita extremista, que têm aproveitado o tempo para organizar manifestações antidemocráticas e reforçar a narrativa de impunidade.

Indiciamentos e acusações

O relatório da PF indica que Bolsonaro e outros 36 investigados, incluindo 25 militares, estariam envolvidos em crimes como a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

Entre os indiciados, destacam-se ex-integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro, como:

General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

Braga Netto, ex-ministro da Defesa;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL-RJ;

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).

O relatório, já encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Impacto político e jurídicoEspecialistas apontam que o adiamento pode beneficiar indiretamente os indiciados, que terão mais tempo para articular defesas e criar estratégias políticas. Além disso, a demora pode ser explorada como combustível para discursos de polarização, afetando a estabilidade política do país.

Por outro lado, Gonet considera que o tempo adicional é necessário para consolidar um processo que não deixe margem para dúvidas ou contestações futuras. A PGR pretende apresentar uma peça jurídica incontestável, capaz de sustentar uma acusação sólida e abrangente.

Com o adiamento, cresce a expectativa sobre o desfecho das investigações e a resposta do sistema judiciário às ações que ameaçaram o Estado Democrático de Direito no Brasil.

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