Imagine que o jogo é xadrez. Agora, pense que a realidade da disputa é o jogo da política. Há quem diga que a política é como um jogo de xadrez, cujo objetivo do enxadrista é movimentar suas peças de maneira que ele consiga deixar o rei adversário sem saída – xeque-mate.
Xadrez e política têm muito em comum. São disputas que carecem de conhecimento, de paciência e visão de futuro. O enxadrista não deve ter pressa para a próxima jogada. O político não pode perder tempo em sua jogada. O tempo, neste contexto, é determinante para o vencedor.
Imagine que 2026 ainda está distante, afinal, há 2025 no meio do caminho, e no próximo ano não haverá competição nas urnas. Opa! Neste caso, o político também terá o tempo a seu favor, para pensar, observar o passado (jogada anterior), o presente (onde está e com quem está) e o futuro (a próxima jogada, que é onde o agora e 2025 se combinam).
As peças do tabuleiro estão se mexendo e Paulo é o Rei, porque ele é governador, dono do orçamento do Estado, comanda a instituição que mais tem capilaridade política em Alagoas, possui, indiretamente, a maior possibilidade de exposição de mídia, detém licença poética para criar a própria agenda (de domingo a domingo), pode inventar as grandes sacadas e terá mais 26 meses para executar a próxima jogada (pública, pois o bastidor não podemos assistir).
No xadrez, o jogador não dialoga com aliados e adversários. Na política a interação é permanente. Xadrez e política têm muito em comum, mas a estratégia política é muito mais engenhosa.
O assunto da semana tem sido a jogada de Paulo Dantas, antecipando que cumprirá seu mandato até o último dia. Duvido que algum instituto de pesquisa tenha pensado em perguntar ao povo alagoano, ou mesmo aos políticos, se acreditam na afirmação do governador.
Segue um Spoiler para analisarmos juntos: Se Paulo dissesse que seria candidato em 2026 iria acelerar o relógio, porque até abril de 2026, quando deveria renunciar, ele teria 17 meses de mandato. Ele permanecendo, vai poder, inclusive, criar agenda oficial durante o período de eleição e garantir entregas até o último momento. Na jogada atual, Paulo definiu que fica no quartel, como general. É o 01 do comando político e também se torna o maior eleitor de Alagoas. Aí é projeto de poder, o jogo que Renan não ensinou ao Filho. O bom do jogo (xadrez e política, é que as disputas sempre acontecem, provocando novas oportunidades)
Sobre Paulo ficar: É aí onde xadrez e política viram dependentes da próxima jogada – a do (s) adversário (s).
Fonte – Blog do Wadson Regis