QUEIMADAS: MS divulga orientações a gestores públicos para minimizar efeitos da fumaça na saúde

Autor: Brasil 61
Tempo de leitura: 5 min

Entre os estados brasileiros, Mato Grosso registra a maior quantidade de focos de queimadas em 2024, até o momento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a unidade da federação respondia, até essa quarta-feira (11), por 38.279 registros. Na sequência, aparecem Pará e Amazonas, com 29.712 e 17.855 focos, respectivamente. Em todo o país, de acordo com o INPE, o número chega a 172.815.

Essa situação acende um alerta não apenas para a população, mas, principalmente, para os gestores públicos. Como o quadro contribui para problemas respiratórios nas pessoas, o Ministério da Saúde divulgou novas orientações que ajudam governadores e prefeitos, por exemplo, a agirem com o intuito de minimizar os casos de doenças relacionadas à inalação de fumaça. 

Confira algumas recomendações:

Reforçar o atendimento nos serviços de atenção à saúde, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA);
Monitorar as informações de qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura;
Monitorar oferta e qualidade da água e garantir à população o acesso à água potável, com pontos de distribuição e bebedouros públicos, em especial em áreas remotas e de maior vulnerabilidade social;
Garantir a oferta adequada de pontos de hidratação e nebulização, avaliando a necessidade de novas estruturas junto aos serviços de saúde (tendas e salas de hidratação);
Capacitar e orientar equipes de atenção à saúde para compartilhar informações com a população, identificar e manejar em tempo oportuno riscos e agravos à saúde, especialmente em pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos;
Reforçar ações de promoção e atenção à saúde mental.

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, todas as esferas de governo precisam estar envolvidas, agindo em áreas que ofereçam maior suporte à população afetada. “O ministério tem toda uma orientação para situação de emergências, mas ele vai estar combinado, nesse momento, com essas visitas de apoio que estaremos fazendo, contando com a Força Nacional. E um aspecto que nós sabemos que é muito importante é o sofrimento psíquico, que acompanha todo esse quadro. A tensão, a sensação de risco e de grande abalo”, disse. 

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Ainda de acordo com a Pasta, nas últimas duas semanas de agosto foi constatada uma elevação na quantidade de atendimentos por náuseas e vômitos, em comparação com a média histórica desde 2022. Os estados mais afetados foram Goiás (46%), Mato Grosso (58%), Distrito Federal (99%) e Tocantins (191%).

Segundo a otorrinolaringologista Marcela Suman, a fumaça provocada pelas queimadas contém componentes tóxicos prejudiciais ao sistema respiratório, à mucosa da boca e à saúde dos olhos. Os principais sintomas citados por ela são obstrução nasal; coceira com ardência nos olhos, nariz e boca; lacrimejamento ou vermelhidão nos olhos; tosse seca e intensa; sensação de falta de ar, entre outros. Por isso, Marcela também recomenda aumentar a hidratação. 

“Porque por meio da água, a gente consegue filtrar tudo isso que é tóxico, que vai para a corrente sanguínea. [É preciso] manter a casa sempre limpa, fechada e umidificada. É bom lembrar de evitar vassouras, para não deixar essas partículas de fuligem e de sujeira mais suspensas [no ar]. E umidificar o ambiente da casa com vaporizadores, umidificadores, bacias com água ou até mesmo toalhas molhadas espalhadas pelo ambiente. Evitar, se possível, sair de casa enquanto houver essa fumaça tóxica que a gente consegue visualizar na atmosfera local. E se for necessário sair e a fumaça realmente estiver em evidência, tentar usar máscara”, orienta. 

Focos de queimadas registrados em 2024, até o momento, por estado: 

MATO GROSSO…………………………………………………………………….(38.279)
PARÁ…………………………………………………………………………………..(29.712)
AMAZONAS………………………………………………………………………….(17.855)
TOCANTINS………………………………………………………………………….(12.329)
MATO GROSSO DO SUL…………………………………………………………(11.418)
MARANHÃO…………………………………………………………………………..(9.519)
MINAS GERAIS……………………………………………………………………….(7.987)
RONDÔNIA……………………………………………………………………………(7.695)
SÃO PAULO…………………………………………………………………………..(6.717)
GOIÁS……………………………………………………………………………………5.059)
RORAIMA……………………………………………………………………………..(4.698)
ACRE…………………………………………………………………………………….(4.535)
BAHIA…………………………………………………………………………………..(4.329)
PIAUÍ……………………………………………………………………………………(4.188)
PARANÁ………………………………………………………………………………..(2.268)
SANTA CATARINA…………………………………………………………………..(1.601)
RIO GRANDE DO SUL………………………………………………………………(1.412)
RIO DE JANEIRO……………………………………………………………………….(821)
CEARÁ…………………………………………………………………………………….(786)
ESPÍRITO SANTO………………………………………………………………………(456)
PERNAMBUCO…………………………………………………………………………(367)
DISTRITO FEDERAL……………………………………………………………………(247)
PARAÍBA………………………………………………………………………………….(148)
RIO GRANDE DO NORTE…………………………………………………………….(137)
ALAGOAS…………………………………………………………………………………(131)
SERGIPE…………………………………………………………………………………….(74)
AMAPÁ……………………………………………………………………………………..(47)

De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), até o dia 26 de agosto, por exemplo, foram registradas 167 decretações municipais de situação de emergência, em função de queimadas. No mesmo período do ano passado, o total foi de 57 decretos, notando- se um aumento de 193%.  

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