Presidente do Sistema Fiep defende maior diálogo sobre desestatização da Ferroeste

Autor: Agência Fiep
Tempo de leitura: 4 min

O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos, defendeu nesta segunda-feira (19) que haja mais diálogo entre governo do Estado e setor produtivo em relação ao projeto de desestatização da Ferroeste. Participando de uma reunião da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Assembleia Legislativa, ele argumentou que as definições sobre o futuro da Ferroeste deveriam aguardar os encaminhamentos sobre a concessão da Malha Sul, cujo contrato se encerra em 2027 e, atualmente, o governo federal estuda se será renovado ou se haverá uma nova licitação.

Vasconcelos afirmou que o setor produtivo não é contra a desestatização, mas questionou a pressa para se aprovar o projeto de lei neste momento. “Nosso questionamento é em relação ao regime de urgência, porque existem muitos detalhes que a gente tem que entender”, disse, acrescentando que os grandes problemas que hoje limitam a operação da Ferroeste não estão relacionados à gestão da empresa, mas à interligação com a Malha Sul. “Se a Ferroeste tem prejuízos não é por causa de sua gestão, mas por causa de quem opera de Guarapuava para frente”, disse.

Constituída em 1988, a Ferroeste administra o trecho de 248 quilômetros entre Guarapuava e Cascavel. Além disso, a Ferroeste já recebeu autorizações do governo federal para exploração de ramais conectados à sua malha: Guarapuava-Paranaguá, Cascavel-Foz do Iguaçu, Cascavel-Chapecó e Maracaju (MS)-Dourados (MS), que estão inseridos no projeto da Nova Ferroeste. Já a atual ligação entre Guarapuava e Paranaguá faz parte da Malha Sul, operada pela Rumo Logística. “O que nos preocupa e precisamos criar um debate mais consistente é sobre a Malha Sul. Se não renovar com a Rumo e for fazer uma nova licitação, não se deveria fazer movimento algum (com a Ferroeste) até se entender o que vai acontecer”, afirmou o presidente do Sistema Fiep.

Presente na reunião, o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, argumentou que a aprovação do projeto que autoriza a desestatização não significará nenhuma decisão imediata sobre o futuro da ferrovia. Segundo ele, uma consultoria será contratada para realizar novos estudos, além daqueles que já foram feitos na formulação da Nova Ferroeste, para definir a melhor modelagem para uma futura concessão ou gestão da ferrovia.

Emenda
Para garantir que, caso o projeto de lei da desestatização seja aprovado, alguns pontos sejam levados em consideração pelo governo do Estado, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli anunciou durante a reunião que vai protocolar uma emenda à proposição. Elaborada com apoio da Fiep e outras entidades do setor produtivo, a emenda dá mais garantias sobre alguns aspectos da operação da Ferroeste.

“A expectativa é que, com essa emenda, a gente consiga colocar algumas chaves de segurança”, afirmou Edson Vasconcelos. “O projeto de lei dá a condicionante de que o governo do Estado possa fazer o que quiser – alienar, vender, conceder –, mas queremos que fiquem algumas cautelas que o setor produtivo tem quanto à operação do terminal de Cascavel e do trecho entre Cascavel e Guarapuava”, completou.

O presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação, deputado Gugu Bueno, pediu ao líder do governo na Assembleia, Hussein Bakri, também presente ao encontro, que levasse a emenda ao conhecimento do Executivo. A discussão em plenário sobre o projeto de desestatização da Ferroeste deve ser iniciada ainda durante as sessões desta segunda-feira.

Conteúdo relacionado

Encontrou algum erro ou quer a remoção do conteúdo? Entre em contato

Nossa Newsletter