Em 2024, o Programa Brasil Mais Produtivo reforçou seu compromisso com a inovação e a eficiência industrial no Paraná. Ao longo do ano, 497 indústrias do estado estão participando das consultorias especializadas oferecidas pelo programa. De acordo com a equipe de consultores do Senai Tecnologia e Inovação do Paraná, dessas empresas, 54% são microindústrias, 38% pequenas indústrias e 8% médias indústrias, evidenciando o impacto direto em empresas de diferentes portes.
Entre os principais setores beneficiados estão: em metalmecânica; madeira e móveis; alimentos e bebidas; têxtil; vestuário; plásticos e borrachas; vestuário; edificações; produtos diversos; gráfica e editoração; química, petróleo e farmacêutica, dentre outros, o que demonstra a diversidade de segmentos atendidos no cenário industrial do Paraná
Com 100 empresas que finalizaram as consultorias de manufatura enxuta foram gerados um retorno financeiro de ganho de produtividade anualizado de mais de R$ 29,2 milhões e um ganho médio de produtividade de 60%. De acordo com Almir Joaquim, gerente de negócio da área de Produtividade do Senai Paraná “esses resultados refletem a aplicação de ferramentas robustas e práticas aderentes as reais necessidades e gargalos específicos das indústrias, que são aplicadas por um time de consultores especialistas para auxiliar as indústrias na implementação de melhoria contínua de processos produtivos visando a redução de desperdícios”.
Reconhecido como uma das principais ferramentas de modernização industrial do país, o programa tem como foco a melhoria dos processos produtivos, a redução de desperdícios e a capacitação das indústrias para se adequarem às demandas do mercado global. No Paraná, as consultorias têm proporcionado ganhos significativos de eficiência. Um exemplo é a empresa Parallax Automação, que, ao longo de sua consultoria, alcançou um aumento de 28,57% na produtividade e uma redução de custos anuais de R$ 21.073,50.
Ganhos expressivos
De acordo com Lourenço Tristão, administrador da Parallax, o foco da otimização foi no setor de usinagem. “Houve melhorias significativas no layout e nos processos, o que impactou diretamente na produtividade. Além disso, os colaboradores também reconheceram um aumento na qualidade do trabalho, o que indicou uma mudança positiva no ambiente”, relata.
Para ele, o resultado foi além do esperado. “Nós não esperávamos uma diferença tão expressiva no setor, mas vimos que, com a aplicação das metodologias, tanto na mudança do layout quanto na avaliação dos processos, foi possível melhorar bastante. Então, ficamos muito satisfeitos com essa reorganização.”
Para alcançar esses resultados, foram aplicadas metodologias como 5S, TMR, GD e TPM. O 5S ajudou a organizar e padronizar o ambiente de trabalho; o TMR (Tempo Médio de Resposta) mediu o tempo que a empresa leva para responder a uma solicitação de um cliente; o GD (Gestão Diária) acompanhou as ações e resultados; e a TPM (Manutenção Produtiva Total) melhorou a eficiência, disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, evitando paradas desnecessárias e perdas na qualidade do produto.
Sobre a redução dos custos anuais, Lourenço Tristão enfatizou que a economia gerada será reinvestida na empresa, como na substituição de máquinas e compra de novas ferramentas. Afinal, é imprescindível manter o foco na melhoria contínua dos processos.
Já a empresa Cassel Steel Metalúrgica focou nos setores de usinagem, montagem, soldagem e acabamento, e, ao final da consultoria, alcançou um aumento de 52,72% na produtividade e uma redução de custos anuais de R$ 106.196,36. Para Leila Valerius, gerente administrativa da empresa, com a consultoria foi possível aplicar soluções simples em processos complexos, com baixo investimento. “A colaboração entre engenharia e produção, reforçada por um fluxo de informações transparente, trouxe ganhos em produtividade e engajamento”.
Para Leila, a adoção de ferramentas como Poka Yoke, Qualidade na Fonte e Kaizen foi fundamental para essa transformação. Por isso, a expansão dessas iniciativas e a criação de uma cultura de formação continuada já está no mapa estratégico da companhia visando a garantia dos benefícios sustentáveis a longo prazo.
Nova fase: transformação digital
Com o lançamento da nova fase em setembro de 2024, o Brasil Mais Produtivo reafirma seu papel de protagonista na modernização da indústria nacional. Nesta etapa, o programa contará com R$ 160 milhões para a criação de “fábricas inteligentes”, cujo objetivo principal é impulsionar a produtividade das indústrias por meio de tecnologias da Indústria 4.0.
Com a meta de apoiar 360 projetos, a iniciativa poderá beneficiar até 8,4 mil micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), oferecendo suporte técnico e financeiro para a implementação de soluções como IoT, Big Data, computação em nuvem, impressão 3D e inteligência artificial.
Além disso, empresas de médio porte terão acesso a consultorias de transformação digital, subsidiadas em 70% pela ABDI, e a linhas de financiamento especializadas.