Especialista aponta falhas estruturais e falta de fiscalização em prédio que desabou em Maceió

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Na manhã desta quinta-feira (7), uma explosão seguida de desabamento no Residencial Maceió 1 resultou em três mortes, incluindo uma criança de 12 anos, e deixou vários feridos. A tragédia comoveu os moradores da capital e trouxe à tona questões de segurança e fiscalização das edificações. A explosão teria sido causada pela troca de um botijão de gás, segundo informações iniciais.

O engenheiro civil Marcelo Daniel de Barros Melo explicou que, apesar de as construções serem aprovadas e verificadas conforme o Código de Obras e Construções, a manutenção periódica nem sempre é cumprida. A Lei Municipal nº 6145, que exige inspeções a cada cinco anos para prédios com até 15 anos, deveria ter sido aplicada ao Residencial Maceió 1, entregue em dezembro de 2017, mas o prédio não havia passado por inspeções preventivas.

Falta de estrutura e fiscalização contribuem para a tragédia

De acordo com Marcelo Daniel, presidente do Instituto de Avaliações e Perícias de Engenharia de Alagoas (Ibape/AL), o prédio que desabou não apresentava registros de problemas estruturais anteriores à tragédia. No entanto, ele destacou que a construção, feita em alvenaria com laje de piso no primeiro andar, não tinha estrutura de concreto suficiente para suportar o impacto da explosão. “O impacto danificou as paredes, mas a parte superior poderia ter se sustentado se a estrutura fosse mais robusta”, explicou o engenheiro.

Marcelo Daniel também chamou a atenção para a necessidade de fiscalização regular. Segundo ele, a prefeitura enfrenta dificuldades para atender à demanda, devido à falta de pessoal, o que impede o cumprimento da lei e compromete a segurança dos moradores. O engenheiro ressaltou que o Ibape/AL e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/AL) têm promovido campanhas para conscientizar sobre a importância de inspeções periódicas, que ajudam a prevenir acidentes graves.

Defesa Civil e limitações na fiscalização

A Defesa Civil de Maceió informou que não havia registros anteriores de problemas estruturais no prédio em questão, mas destacou que a fiscalização de edificações é responsabilidade de órgãos como o Ibape/AL e o Crea/AL. As vistorias da Defesa Civil são realizadas mediante solicitação dos moradores ou em áreas de risco, como as de vulnerabilidade social, mas não incluem uma fiscalização preventiva em residências regulares.

Alerta para o armazenamento seguro de botijões de gás

Marcelo Daniel reforçou a importância de armazenar botijões de gás em locais bem ventilados para evitar o acúmulo de gás. “É fundamental garantir que haja circulação de ar ao armazenar botijões, especialmente dentro de casa, para evitar tragédias como esta”, alertou.

A tragédia no Residencial Maceió 1 levanta questionamentos sobre a efetividade das normas de manutenção e fiscalização de edificações na cidade, destacando a urgência de políticas que garantam a segurança preventiva dos imóveis e da população.

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