Inflação acumula 4,76% em 12 meses e ultrapassa teto da meta em outubro

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável por medir a inflação oficial do Brasil, registrou um aumento de 0,56% em outubro, o que representa uma alta de 0,12 ponto percentual em relação a setembro (0,44%). Com isso, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 4,76%, ultrapassando o teto da meta de 4,5% para 2024. No ano, o IPCA já acumula uma variação de 3,88%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (8/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A variação de outubro superou as expectativas do mercado financeiro, que projetava um aumento de 0,53%, de acordo com previsões da Warren Investimentos e do relatório Focus.

Habitação e alimentação puxam inflação

O avanço do IPCA em outubro foi impulsionado principalmente pelos grupos Habitação, com alta de 1,49%, e Alimentação e Bebidas, que subiram 1,06%. Esses dois grupos, juntos, adicionaram 0,46 ponto percentual ao índice geral.

Detalhes por grupo:

Habitação: 1,49% (+0,23 p.p.)

Alimentação e Bebidas: 1,06% (+0,23 p.p.)

Despesas Pessoais: 0,70% (+0,07 p.p.)

Comunicação: 0,52% (+0,02 p.p.)

Artigos de Residência: 0,43% (+0,02 p.p.)

Saúde e Cuidados Pessoais: 0,38% (+0,05 p.p.)

Vestuário: 0,37% (+0,02 p.p.)

Educação: 0,04% (0,00 p.p.)

Transportes: -0,38% (-0,08 p.p.)

Energia elétrica e carnes elevam custos

A energia elétrica residencial registrou alta de 4,74% em outubro, impactando o IPCA em 0,20 ponto percentual.

Segundo o gerente da pesquisa, André Almeida, a vigência da bandeira vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh, foi responsável pelo aumento, pois substituiu a bandeira vermelha patamar 1, que tinha um acréscimo menor, de R$ 4,46.

No grupo de Alimentação e Bebidas, as carnes tiveram alta de 5,81%, contribuindo com 0,14 ponto percentual no índice. A maior elevação mensal desde novembro de 2020, foi impulsionada pela seca, baixa oferta de animais e aumento das exportações. Entre os cortes mais afetados estão acém (+9,09%), costela (+7,40%), contrafilé (+6,07%) e alcatra (+5,79%).

A alimentação no domicílio aumentou de 0,56%, em setembro, para 1,22%, em outubro. A alimentação fora do domicílio também subiu, com a refeição avançando de 0,18% para 0,53% e o lanche de 0,67% para 0,88%.

Em contraste, o grupo Transportes registrou queda de 0,38%, influenciada pela redução de 11,50% nos preços das passagens aéreas, além das quedas nos subitens trem (-4,80%), metrô (-4,63%) e ônibus urbano (-3,51%), reflexo das gratuidades oferecidas em dias de eleições municipais. Os combustíveis também recuaram 0,17%, com baixas no etanol (-0,56%), diesel (-0,20%) e gasolina (-0,13%). Já o gás veicular subiu 0,48% no mês.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, registrou aumento de 0,61% em outubro, acumulando alta de 4,60% nos últimos 12 meses. Esse índice é fundamental para o reajuste do salário mínimo e benefícios sociais.

Expectativas do mercado para 2024Segundo o relatório Focus do Banco Central, o mercado financeiro projeta que a inflação de 2024 deverá fechar acima do teto da meta, com expectativa de 4,59% até o fim do ano. A meta para 2024, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (1,5% a 4,5%).

O próximo índice de inflação, referente a novembro, será divulgado em 10 de dezembro, e os dados continuam a ser acompanhados com atenção pelo mercado, que espera a adoção de novas medidas para controle dos preços no país.

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