Empreendimentos que geram outros: de aluna a proprietária de escola de dança

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Uma paixão que transcendeu a arte e virou negócio. Foi assim que a bailarina Joyce Vidal se tornou empreendedora e fundou, em 2011, uma escola de ballet clássico, dança e arte, em Arapiraca. Às vésperas do Dia da Bailarina, comemorado no próximo domingo (1º), a sua trajetória abre a campanha digital “Empreendimentos que enriquecem cidades”, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), em suas redes sociais.

A iniciativa é uma forma de reconhecer a importância que os empreendimentos têm para os setores representados pela entidade. Considerando Comércio e Serviços, estes setores respondem por 82% das empresas alagoanas e geram 61,65% do Produto Interno Bruto (PIB), coforme dados dos RAIS. Dentro destes percentuais encontram-se as escolas de dança. Dados do Painel de Abertura dos Pequenos Negócios, do Sebrae, indicam que entre 2011 até o momento (2024), foram abertos 11 pequenos negócios neste ramo. E, em 2022, dentre os subgrupos ocupacionais, o segmento de profissionais de espetáculos e de artes empregava 280 pessoas.

Como estas fontes consideram números formalizados, o verdadeiro impacto que o ensino de dança causa na economia alagoana certamente é maior, principalmente porque a dança envolve uma diversidade de ritmos, está presente em todas as classes sociais e abraça todas as faixas etárias. E muitos dos que iniciam o aprendizado na infância acabam se profissionalizando na área, fazendo surgir novos espaços. “Conhecer histórias de empresas que surgem porque, de alguma forma, outro estabelecimento desenvolveu um bom trabalho e inspirou o novo empreendedor, demonstra o potencial de crescimento e de renovação de nossas empresas, contribuindo para a economia”, observa Adeildo Sotero, presidente da Fecomércio.

 

Trajetória

Enfermeira pós-graduada em UTI Geral, Joyce Vidal deixou falar mais alto a paixão da menina que iniciou no ballet clássico aos oito anos e, com sua experiência como professora  e coreógrafa atuante em vários espetáculos, sentiu a vontade de ter seu próprio espaço crescer. “Optei por seguir carreira no meio artístico, na qual procuro estar sempre me atualizando com grandes mestres do ballet clássico e participando de festivais nacionais de dança. Eu me sinto muito realizada como bailarina, professora de ballet clássico e empresária. Foi uma escolha que, sem dúvidas, completa a minha vida e através dela eu me satisfaço por poder realizar sonhos”, afirma Joyce.

Segundo ela, é uma realização ver e perceber sua arte em outros corpos e contribuir para alavancar a cultura, formando jovens e adultos em ballet clássico. Na elaboração das turmas, a faixa etária, a estrutura física e a experiência com dança são consideradas. A escola também concede algumas bolsas de estudos e, agregando outros serviços, passou a oferecer aulas de teclado e canto em parceria com    Simone Bastos.

 

Saúde mental

Se os impactos do ensino da dança para a economia ainda não são totalmente conhecidos, o mesmo não acontece sobre os impactos na saúde mental. Especialista em Psicologia Clínica e Saúde Mental, Flaviane Omena explica que a dança desperta o lado mais espontâneo das pessoas e, a partir daí, são observados alguns benefícios para o corpo físico e psíquico. Para o físico, pode ser considerada como exercício, tirando pessoas dos riscos do sedentarismo. Para a saúde mental, auxilia no processo de bem-estar, pois sendo uma atividade prazerosa, o sistema nervoso e endócrino libera ocitocina, dopamina e serotonina, que são hormônios e neurotransmissores responsáveis pelas boas sensações. Por tudo isso, recomenda-se a prática de exercício físico como auxiliar no tratamento de algumas psicopatologias, a exemplo da depressão e da ansiedade.

Os benefícios terapêuticos também podem ser observados na diminuição das tensões e do estresse, bem como na promoção da socialização, que é importante no tratamento da depressão, uma vez que a tendência é o isolamento. “Além disso, pode estabelecer relações românticas e de amizade, trabalhar a consciência corporal e auxiliar na elevação da autoestima, principalmente hoje em dia quando se pregam tantos padrões”, reforça a psicóloga.

Em sua prática clínica, Flaviane tem entre seus pacientes adeptos do Q-Pop, dança de salão, ballet, jazz e zumba, em idades variadas. “O relato é bem parecido: o quanto a dança faz diferença no dia a dia da vida dessas pessoas”, observa. Trazendo para a realidade infantil, a psicóloga diz que a dança pode ser usada como atividade lúdica. “Auxilia na socialização, que nesta fase é extremamente importante; no processo de aprendizagem, facilitando a memorização; e na diminuição da timidez, podendo trabalhar habilidades sociais como a importância do trabalho em grupo. Também pode auxiliar no controle do excesso de energia e de hiperatividade”, analisa.

 

Joyce Vidal – Bailarina e empreendedora

 

Joyce Vidal – Espetáculo

Joyce Vidal – Espetáculo

Joyce Vidal – Escola

 

Flaviane Omena – Especialista em Psicologia Clínica e Saúde Mental

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