O desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis, como as células a combustível, está ganhando destaque como uma solução promissora para substituir os combustíveis fósseis. Uma das principais vantagens das células a combustível é sua capacidade de utilizar hidrogênio como fonte de energia. No entanto, o armazenamento eficiente desse gás é um dos desafios técnicos que precisam ser superados para que essa tecnologia se torne mais viável em larga escala. Com o objetivo de enfrentar esse desafio, o Instituto Senai de Inovação (ISI) Eletroquímica, em parceria com a Renevive Tecnologia em Energia, está desenvolvendo um projeto inovador que pode transformar o cenário energético do Brasil.

Mais segurança e eficiência 

O projeto, que teve início em fevereiro deste ano, busca a criação e avaliação de um conjunto de células a combustível do tipo PEM (Proton Exchange Membrane) acoplado a um sistema de armazenamento de hidrogênio. O diferencial deste sistema está na utilização de compósitos de hidreto metálico, que são considerados uma alternativa mais segura e eficiente em comparação aos métodos tradicionais de armazenamento de hidrogênio, como a compressão em cilindros de alta pressão ou a liquefação em temperaturas extremamente baixas. 

A utilização de materiais derivados de carbono, como o grafeno, amplifica ainda mais o potencial dos hidretos metálicos no processo de armazenamento, destacando o ISI Eletroquímica como um líder nacional no desenvolvimento de novos materiais para essa aplicação.

As células a combustível do tipo PEM podem ser aplicadas em veículos movidos a hidrogênio, no fornecimento de energia estacionária para residências e indústrias, dispositivos portáteis para geração de energia em locais remotos, e até em aviação e exploração espacial. 

Crescimento sustentável 

Michael Ricelli, diretor executivo da Renevive, destacou que a escolha do ISI Eletroquímica como parceiro foi estratégica devido à vasta experiência do instituto em áreas essenciais para o sucesso do projeto, como o desenvolvimento de materiais e o armazenamento de energia. “Após uma extensa pesquisa, decidimos que o Instituto SENAI de Inovação seria o parceiro ideal para essa iniciativa. Estamos extremamente satisfeitos com os resultados que já estamos alcançando”, afirmou.

Heverson Renan, pesquisador do ISI Eletroquímica, ressaltou a importância dessa iniciativa, afirmando que investir em tecnologias de geração e armazenamento de energia limpa é fundamental para garantir o crescimento sustentável do país. “Cada vez mais, os produtos são avaliados pelo impacto ambiental e social que geram, incluindo a energia utilizada em sua fabricação. Este projeto é mais uma iniciativa para assegurar que o Brasil continue se desenvolvendo de maneira sustentável,” concluiu Renan.