Programa Mulher impulsiona presença feminina na engenharia e geociências de AL

Autor: CREA-AL
Tempo de leitura: 6 min

Constituindo mais de 52% da população brasileira, as mulheres têm conquistado, ano após ano, importantes marcos que buscam estabelecer, enfim, a equidade de gênero definitiva nas mais diversas esferas da sociedade. Contribuindo efetivamente com esse contexto, destaca-se a atuação do Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua, política que visa estimular o protagonismo feminino e incentivar o registro profissional das engenheiras, agrônomas e profissionais das geociências.

Isto se dá, principalmente, à já conhecida predominância masculina na modalidade. De acordo com os dados disponibilizados pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) ainda em 2021, o percentual de mulheres registradas no Sistema Confea/Crea correspondia a aproximadamente 15% em relação ao total de profissionais – alarmante número que não aparenta estar em equivalência à mais da metade da população de um país de proporções continentais como o Brasil.

A criação do Programa Mulher em 2019 provocou mudanças significativas em relação às ações do Sistema que na época possuía um total de apenas 12% de mulheres na composição dos 27 regionais. Um fato emblemático que marcou essa virada de chave foram as eleições de 2020, onde foram eleitas 6 presidentes mulheres, incluindo a engenheira civil Rosa Tenório, primeira candidata mulher em mais de 50 anos de história do Crea-AL.

Novas profissionais em Alagoas

Ter uma importante liderança feminina trouxe novos contornos no impulsionamento da presença de mulheres alagoanas no Sistema. Hoje, dos quase 8 mil profissionais ativos registrados no Crea-AL, cerca de 18% são do universo feminino, um acréscimo de 5% em relação a 2018, ano anterior à criação do Programa Mulher. Na prática, são quase mil novas profissionais alagoanas no mercado de trabalho.

Esse crescimento é reflexo do aumento na média anual de novos registros femininos. Na década passada, até 2018, havia uma média de 125 novas profissionais registradas por ano. A partir do Programa Mulher em 2019, esta média chega a 175, ou seja, um aumento de 40% no número de novas habilitadas pelo Crea-AL anualmente.

Embora essa chegada de novas engenheiras e geocientistas seja considerável, ainda há diversos paradigmas relacionados ao mercado de trabalho que precisam estar em sintonia este novo momento. Um exemplo disso são as emissões de Anotações de Responsabilidade Técnica, a ART, fundamental documento que atesta o serviço prestado pelo profissional e que serve de termômetro para medir o índice de trabalho efetivo.

Mesmo com a implantação do Programa Mulher, das 284 mil ARTs emitidas de 2019 pra cá, apenas 13% foram feitas por mulheres. Se citarmos as Certidões de Acervo Técnico (CAT), que é o instrumento que atesta o conjunto de atividades exercidas, este número é ainda menor, chegando a 9% – sinal de que ainda há muito percorrer.

De acordo com a coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher em Alagoas, engenheira civil Ana Maria Nascimento, as ações do programa têm tido papel fundamental e constante. “É um trabalho contínuo, persistente e, principalmente, de longo prazo. Entretanto, já evoluímos muito pois viemos de um cenário completamente diferente, mais opressivo, segregador, de muito preconceito e discriminação. Mas hoje atuamos com muito mais protagonismo e sendo destaque no mercado. Neste viés, seguimos dedicadas trabalhando e desenvolvendo mais ações para contribuir com essa mudança, valorizando cada vez mais as mulheres profissionais das áreas tecnológicas do nosso estado”, disse Ana.

Sobre o Programa Mulher

Todos os números supracitados carregam um símbolo ainda mais forte quando entendemos a origem alagoana do projeto. Apesar de sua implantação após aprovação unânime pelo plenário do Confea em 30 de agosto de 2019, o Programa Mulher teve sua idealização ainda em 2018, em Alagoas, no painel “Mapeamento Feminino dentro do Sistema Confea/Crea”, apresentado na 75ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia (Soea) que aconteceu em Maceió.

Atualmente, 223.711 mulheres integram o Sistema Confea/Crea, o que representa cerca de 20% dos profissionais. Nas últimas eleições gerais, houve um novo aumento na representação das mulheres nos cargos eletivos dos Creas, do Confea e da Mútua: oito presidentes, duas novas conselheiras federais e ainda cinco diretoras-gerais e oito diretoras administrativas da Mútua. Houve ainda as eleições para as diretorias financeiras da Mútua com cinco eleitas.

Desde então, o Programa Mulher age comprometido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. Dentre eles, o Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua está diretamente relacionado ao ODS nº 05, que trata da Igualdade de Gênero e Empoderamento de Mulheres. Clique aqui para saber mais.

O post Programa Mulher impulsiona presença feminina na engenharia e geociências de AL apareceu primeiro em Crea-AL – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas.

Conteúdo relacionado

Encontrou algum erro ou quer a remoção do conteúdo? Entre em contato

Nossa Newsletter